Primavera e Outono na nossa cabeça: da ansiedade à depressão

depressão e ansiedade

Ansiedade e depressão: uma realidade cada vez mais comum. Todos nós já sofremos ou já vivemos muito perto de alguém que experienciou depressão e/ou ansiedade e/ou depressão. A questão nos nossos dias é chamar-lhe isso: doença mental. 

“O drama, o horror”. 

Só que não. Assim, da mesma forma que outra doença qualquer, como por exemplo gástrica, neurológica, articular, temos de lhe dar o devido nome, sem preconceitos. De facto, é isso mesmo – uma doença mental – e não faz mal nenhum. 

Factores que influenciam a depressão e ansiedade

Antes de mais, a depressão e ansiedade acentuam-se por diversos factores. Como por exemplo, a chegada do Outono e da Primavera, situações de luto prolongado, menopausa, gravidez, pós-parto, alterações de sono. Inicialmente, pensou-se que a depressão ocorria mais em mulheres. Contudo os recentes estudos indicam que apesar de parecer, isto pode não ser assim tão linear. Assim, depende não só do tipo de depressão como também dos modelos de estudo que poderão estar influenciados por questões sociais (as raparigas/mulheres procuram mais ajuda que os rapazes/homens).

Quais os sintomas que podemos observar

Conforme dados existentes, sabe-se que a depressão e ansiedade (juntas) ocorrem em, aproximadamente, 25% dos doentes de clínica geral. Por um lado, cerca de 85% dos doentes com depressão apresentam ansiedade significativa. Por outro lado, 90% dos doentes com ansiedade apresentam depressão.

Primeiramente, a sintomatologia pode parecer vaga e inespecífica. No entanto baseia-se em

  • Tristeza
  • Fadiga
  • Falta de energia (por exemplo, não ter vontade de fazer coisas que habitualmente a pessoa fazia)
  • Palpitações
  • Taquicardia
  • Falta de apetite ou o contrário
  • Náuseas/vómitos
  • Sensação de boca seca
  • Irritabilidade
  • Dores musculares
  • Parestesias (formigueiros)
  • Hiperventilação
  • Entre muitos outros

Analogamente a outra doença, quer o transtorno depressivo quer o transtorno de ansiedade requerem tratamento adequado.

Usualmente as terapias psicológicas e farmacológicas são as escolhas dos profissionais (sublinho: profissionais de saúde). Apesar da disponibilidade de tratamentos, sabe-se , infelizmente, 40% dos doentes não procuram tratamento. Ainda assim, entre aqueles que o fazem, menos da metade tem o tratamento adequado.

Medicamentos como antidepressivos, antipsicóticos e benzodiazepinas devem ser sempre tomados de acordo com a prescrição do médico assistente (idealmente o psiquiatra). Contudo, fazer este caminho com o apoio de um psicólogo, associando à farmacoterapia a psicoterapia será certamente o ideal. Ainda assim, associar o exercício físico também  é sem dúvida fundamental na melhoria do humor, bem-estar geral e da performance cognitiva (doentes e não doentes).

Fitoterapia na depressão e ansiedade

De facto, a literatura científica mostra que também na fitoterapia encontramos alguns compostos com atividades interessantes com o fim de auxiliar (usados isoladamente ou em conjunto com antidepressivos).

De entre muitos, saliento por exemplo os seguintes:

  • Extrato de Rhodiola com efeito na redução de estados ansiógenos
  • Ginseng na redução da dor
  • Extrato de Matricaria (camomila) com a finalidade de melhorar os distúrbios do sono na depressão
  • Ginkgo biloba na melhoria do estado depressivo (principalmente em doentes idosos)
  • Lavandula angustifolia (lavanda) e a Lepidium meyenii (maca) com o propósito da melhoria do estado geral da depressão e ansiedade
  • Passiflora incarnate (passiflora) como calmante (este muito usado em bebés)
  • Valeriana officinalis (valeriana) que tem evidência na melhoria do sono.

Suplementos com magnésio, fosfatidilserina (ou lecitina soja), gaba, vitamina D e o 5-HT – precursores da serotonina (a chamada “hormona da felicidade”) também têm resultados interessantes na melhoria dos estado geral da ansiedade e/ou depressão.  

Todavia, mais importante do que qual terapêutica seguir, pedir ajuda é acima de tudo, o primeiro grande passo. Em seguida, a adesão a (qualquer) terapêutica é fundamental para o sucesso do tratamento. 

Vamos lá?

Célia Fortuna

Farmacêutica, Investigadora e Professora Universitária

Algumas sugestões de suplementos

  • Arkoâmimo – Suplemento alimentar à base de Triptofano + Tirosina e extratos vegetais (Açafrão e Rhodiola)
  • Arkovital Duplo Magnésio – Suplemento alimentar com uma associação exclusiva de Magnésio de origem marinha e vegetal, proveniente da alface do mar.
  • Arkosono – Suplemento alimentar à base de Melatonina (1,9mg), Extratos de plantas e Vitamina B6.
  • Arkosono Sleepgummies – Suplemento alimentar desenvolvido para ajudar, por exemplo, na diminuição do tempo de conciliação do sono, graças à melatonina.
  • Naturmil 5-HT complex – Suplemento alimentar com o fim de melhorar o equilíbrio da disposição; ajuda a reduzir a ansiedade; favorece o controlo da impulsividade.
  • Naturmil Hipericão – Suplemento alimentar com ação estimulante do sistema nervoso em casos de stress, ansiedade e problemas de humor.
  • Naturmil Fosfatidilserina – Suplemento alimentar que melhora a função cognitiva, atua a nível do sistema nervoso, cansaço e fadiga.
  • Naturmil Valeriana – Suplemento alimentar utilizado como calmante e tranquilizante, favorece um sono natural.
  • Naturmil Gaba – Suplemento alimentar com Gaba (ácido gama aminobutírico) que é um aminoácido não-essencial considerado um neurotransmissor inibitório, sendo reconhecido um como calmante natural do cérebro.

Outros artigos que vai gostar de ler

Referências bibliográficas

Carek PJ, Laibstain SE, Carek SM. Exercise for the treatment of depression and anxiety. Int J Psychiatry Med. 2011;41(1):15-28. doi: 10.2190/PM.41.1.c.

Boyle NB, Lawton C, Dye L. The Effects of Magnesium Supplementation on Subjective Anxiety and Stress-A Systematic Review. Nutrients. 2017 Apr 26;9(5):429. doi: 10.3390/nu9050429.

Buckwalter JG, Buckwalter DK, Bluestein BW, Stanczyk FZ. Pregnancy and post partum: changes in cognition and mood. Prog Brain Res. 2001;133:303-19. doi: 10.1016/s0079-6123(01)33023-6.

Dell DL, Stewart DE. Menopause and mood. Is depression linked with hormone changes? Postgrad Med. 2000 Sep 1;108(3):34-6, 39-43. doi: 10.3810/pgm.2000.09.1.1202.

Kałużna-Czaplińska J, Gątarek P, Chirumbolo S, Chartrand MS, Bjørklund G. How important is tryptophan in human health?Crit Rev Food Sci Nutr. 2019;59(1):72-88. doi: 10.1080/10408398.2017.1357534. 

Ioakimidis I, Zandian M, Ulbl F, Bergh C, Leon M, Södersten P. How eating affects mood. Physiol Behav. 2011 Jun 1;103(3-4):290-4. doi: 10.1016/j.physbeh.2011.01.025. 

Moré MI, Freitas U, Rutenberg D. Positive effects of soy lecithin-derived phosphatidylserine plus phosphatidic acid on memory, cognition, daily functioning, and mood in elderly patients with Alzheimer’s disease and dementia. Adv Ther. 2014;31(12):1247-62. doi: 10.1007/s12325-014-0165-1. 

Parker G, Brotchie H. Gender differences in depression. Int Rev Psychiatry. 2010;22(5):429-36. doi: 10.3109/09540261.2010.492391.

Tiller JWG. Depression and anxiety. Med J Aust. 2013;199(S6):S28-31. doi: 10.5694/mja12.10628.

Krokosz D, Bidzan-Bluma I, Ratkowski W, Li K, Lipowski M. Changes of Mood and Cognitive Performance before and after a 100 km Nighttime Ultramarathon Run. Int J Environ Res Public Health. 2020 Nov 13;17(22):8400. doi: 10.3390/ijerph17228400.

Yeung SK, Hernandez M, Mao JJ, Haviland I, Gubili J. Herbal medicine for depression and anxiety: A systematic review with assessment of potential psycho-oncologic relevance. Phytother Res. 2018;32(5):865-891. doi: 10.1002/ptr.6033.

Publicado em

23/02/2023

pt_PTPortuguese